Moz's Questionnaire

1. What town or city do you live in? Why do you live there instead of anywhere else? Describe your home.

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Moz nasceu nas terras devastadas, filho de Jonna Krill. O pai saiu pra comprar cigarros pouco depois da notícia da gravidez, assim Moz foi criado por Jonna, Susan (a segunda esposa de Jonna) e o Velho Harris (o pai de Jonna). A vida nas terras devastadas é ótima, e Pedra Rachada é um lugarejo de grande charme. Quando criança, Moz brincava nas ruas com outras crianças, acampava com frequência, dormia sob as estrelas e era uma pequena celebridade, devido ao status de sua família como os melhores fornecedores de comida, bebida e hospedagem em todo o deserto. Quando adulto, viver no deserto entre outros bastardos, nômades, criminosos e renegados significa liberdade. Moz acha os confortos e as luzes da metrópole atraentes, até mesmo encantadores, mas já viu o preço que as pessoas pagam para viver lá: controle total sobre suas vidas e destinos por políticos, corporações e um milhão de outros filhos da puta que não têm a decência e delicadeza de se apresentarem como tal. Pedra Rachada pode ser apenas um punhado de casas, prédios e comércios, mas as pessoas são honestas entre si, trabalham duro e realmente se importam umas com as outras.

2. How do you get your money right now? What do you spend it on?

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Moz é um contrabandista que atualmente administra uma operação bastante lucrativa de gasolina, equipamentos médicos, peças de veículos, drogas e armas de e para a metrópole para abastecer os muitos saqueadores empreendedores que atacam cargas corporativas. Os piratas terrestres precisam de linhas de suprimento e Moz fica feliz em dar uma mãozinha. Moz também está entre os melhores motoristas do deserto e dirige para assaltos, corridas e, ocasionalmente, para causas beneficentes. Ele tem pouca necessidade de dinheiro e, na maioria das vezes, o dá para uma de suas mães, para o velho Harris ou compra uma bugiganga para alguém da cidade. O pouco que resta é gasto em carros, motos, peças ou entretenimento. As economias que ele tem são resultado das repreensões de Susan e sua retenção total dos fundos da família.

3. Describe your Ambition. What are you striving for? How far would you go to achieve this? Would you kill for it? How close to death would you come for it?

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Moz é uma celebridade local, com todo um nobre pedigree de fazedor de farra e de pirataria terrestre herdados do pai desaparecido, de Susan e do Velho Harris. A vida no deserto é feliz, mas não abundante: a cada dia, mais e mais pessoas chegam com vidas destruídas, resultado de uma série de injustiças. A verdade é que as coisas poderiam ser melhores - muito melhores. Moz tem como objetivo primeiro conseguir o suficiente para colocar o assentamento de volta em condições de funcionamento, para que mais famílias possam se mudar, escolher uma forma de contribuir e seguir em frente. Em uma escala maior, no entanto, todos os habitantes do deserto - os místicos, os piratas terrestres, os exilados - poderiam ser reunidos em uma grande organização. Nada muito sério, mas todos cuidando uns dos outros. Esse é o objetivo final. Moz já matou por isso no passado e o faria novamente e daria sua vida por isso se pudesse garantir que fosse alcançado. Caso contrário, ele escolheria viver e lutar outro dia.

4. What was the most defining event of your life (before signing The Contract), and how did it change you?

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Moz matou seu primeiro homem aos 15 anos de idade. Pedra Rachada foi atacada por saqueadores e Susan foi baleada no bar enquanto atirava de volta: Moz correu para trás do balcão, pegou a espingarda e reagiu por instinto filial e desespero, mais do que por habilidade ou porque tivesse um plano. O tiro acertou também por pura sorte. Um menino mais ou menos da idade dele, magro como um espantalho. Susan quase morreu e levou quase um ano para voltar à sua figura gritacenta e autoritária, mas adorável. Embora Moz tenha passado a odiar sua impotência durante o episódio e embora tenha entendido o tiroteio como parte da realidade maior das terras devastadas, a experiência o transformou. Crianças matando crianças parecia profundamente, fundamentalmente errado. A matança em si não era o problema, mas a injustiça absoluta de tudo isso - pessoas que não têm nada se matando por causa de migalhas, enquanto poucos tem tudo de tudo.

5. Name and briefly describe three people in your life. One must be the person you are closest to.

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Jonna Krill - Mãe biológica e a queridinha de todos. Alta, esguia, cabelos cor de mel amarrados em um feixe bagunçado, rugas leves ao redor de um par de olhos azuis ligeiramente encovados - um anjo do deserto, na verdade. Contida, elegante, fácil de lidar, cooperativa, diplomática, mas teimosa como uma mula. A voz da razão e uma fonte de compreensão, ela é a gerente e proprietária do Pouso da Colina e a terapeuta não oficial de todos. Muito amada, um insulto a ela é uma maneira rápida de fazer inimigos em Pedra Rachada.

Susan Santos - Mãe adotiva, pirata terrestre aposentada e a melhor mecânica de veículos do mundo, para Moz. Se Susan não pode consertar, não tem conserto. Ruiva de cabelo curto, atarracada, e musculosa embora ligeiramente acima do peso. Mais máscula do que a grande maioria dos homens: a garota-propaganda para as caminhoneiras de todos os lugares e uma grande mão de vaca. Pragmática, comunica-se principalmente com gestos e insultos, extrovertida e afetuosa - com Moz e Jonna, principalmente. Ensinou a Moz tudo o que sabe sobre carros e rotas e é ferozmente ciumenta e protetora.

Velho Harris - Avô biológico, pirata terrestre aposentado, contrabandista aposentado... aposentado de tudo, na verdade. O Velho Harris tem cerca de 6 milhões de anos de idade e já estava por aqui quando o sol começou a brilhar. Ele já velho naquela época - é alto, magro, de olhos azuis e grisalho como um dia chuvoso. Uma fonte inesgotável de conhecimento prático, um ouvinte maravilhoso, um conselheiro severo, um mulherengo incorrigível (mesmo em sua idade) e um colecionador de vícios e experiências de vida. Como um cowboy da vida real, é mortal com toda e qualquer arma e ensinou a Moz todas as suas habilidades no assunto. A vida não oferece muitos prazeres, mas sentar-se com avô para ouvi-lo falar sobre os velhos tempos é um deles. Aos olhos de Moz, ele é o homem mais legal do mundo.

6. How was your childhood? Who were your parents? What were they like? Did you attend school? If so, did you fit in? If not, why not?

Link Answered after Contract 1, Lion's Pact

Moz teve uma infância feliz e teve a oportunidade de crescer junto com outras crianças brincando, acampando com frequência, correndo e jogando bola na rua: majoritariamente uma existência pacífica e amistosa. Quando não estava fazendo nenhuma dessas coisas, Moz costumava passar o dia na oficina de Susan entre peças e graxa ou então ouvindo histórias do Velho Harris. Moz dirigiu um veículo sob supervisão pela primeira vez aos 8 anos de idade, com supervisão ocasional aos 11 e participou de sua primeira corrida aos 14 e foi igualmente supervisionado no manuseio de armas de fogo, sendo muito precoce em ambas as disciplinas. Sendo filho ou neto das principais figuras de Pedra Rachada, Moz também participou ou assistiu um incontável número de resolução de disputas domésticas, crises pessoais e desenvolveu uma grande sensibilidade para a tribulação e dificuldade da vida das pessoas das terras devastadas: Moz aprendeu cedo que a maioria das pessoas precisa ser ouvida e receber um sorriso ou um ombro amigo antes de seguir adiante. O final oficial da infância de Moz veio durante a primeira invasão de grande escala de Pedra Rachada por saqueadores, onde ele atingiu e matou um rapaz mais ou menos da sua idade.

7. Have you ever been in love? With who? What happened? If not, why not?

Link Answered after Contract 1, Lion's Pact

Para o horror de Susan, Moz herdou o mesmo espírito festeiro e mulherengo do Velho Harris. Embora tenha se apaixonado uma porção de vezes, Moz sempre se recusou a se levar minimamente a sério nesta seara da vida. Talvez pela natureza impermanente das relações nas terras devastadas, talvez uma predisposição de caráter ou talvez a herança biológica e social de ter sido criado sem pai, fato é que Moz tem um talento muito maior para a conquista do que para a manutenção de relacionamentos românticos. Para evitar conflitos e discussões especialmente com Susan, Moz procura qualquer tipo de contato romântico apenas quando está entre contratos quando está em MC1 e se limita a relacionamentos casuais.

8. What are your worst fears? Why?

Link Answered after Contract 2, Sinnerman

Solidão. Não necessariamente estar sozinho, mas se ver numa condição onde não existam amigos, família ou uma comunidade para a qual deixar um legado. Morrer todo mundo vai, sozinho diga-se de passagem, mas deixando ou não uma marca no mundo é muito triste e de certa forma aterrorizante perceber que a sua passagem pelo mundo fez pouca diferença para outras pessoas.

Eu sempre estive cercado de gente muito boa e minhas aventuras e desventuras têm como objetivo principal devolver aos queridos e queridas que me cercam um módico da proteção, do carinho, do conforto e da atenção que me foram dispensados ao longo da vida... pode ser que o fracasse nesse objetivo ou que eu não consiga avançá-lo tanto quanto eu gostaria, mas o pensamento de que essas pessoas permanecem comigo e continuam a se importar e a investir, a acreditar em mim me faz levantar da cama de manhã.

Quem não tem ninguém já morreu, viver não é apenas existir. Nenhum homem é uma ilha e uma comunidade é uma espécie de canvas que se expande e onde se expressam as vidas de seus membros: eu sempre quis fazer mais pelo lugar onde eu nasci e pelos meus amigos e família e a oportunidade oferecida pelos contratos e pelos demais empreiteiros aparece para mim como uma chance de fazer isso acontecer e como uma coisa pela qual vale a pena viver e, e em última instância, morrer.

9. What is (are) your most prized possession(s)? What makes it (them) so special?

Link Answered after Contract 2, Sinnerman

Meu carro, um Katsuhata Yamato X450, altamente modificado. Gaiola de colisão e torção, pistões forjados, bi turbo, filtros de ar, cabine e câmara que suportam as condições do deserto, uma bateria capaz de abastecer um estádio e um motor que roda com qualquer coisa, até pensamento ruim. Uma relíquia, na verdade, já que a maior parte dos carros a combustão são vistos como uma espécie de fóssil nas áreas mais ricas de MC1. De qualquer forma, não é necessariamente um carro de rally - eu teria que eliminar muito peso pra colocar a senhorita em condições de correr - mas um carro capaz de fazer o trajeto Pedra Rachada - Mega City One via vicinais detonadas num tempo muito razoável e de maneira confortável: é a liberdade sobre rodas.

Isso não é, naturalmente, o que torna o carro especial - todo pirata terrestre do mundo poderia ter um, se quisesse, o Yamato é um clássico - mas o fato de que eu trabalhei sem saber nele por muito tempo. Enquanto se recuperava dos ferimentos que recebeu no ataque a Pedra Rachada, Susan comprou um Yamato semidestruído e me pediu ajuda pra reformar: eu ralei durante mais um ano junto com ela pra gente colocar o carro em condições de rodar, e depois mais uns 6 meses pra ele ser o carro mais maneiro de todos - eu fiz pensando que o carro seria para ela, mas ela me deu de presente no meu aniversário de 17 anos. É um carro de muitas memórias felizes e importantes.

10. What is the biggest problem in your life right now?

Link Answered after Contract 3, Selva de Pedra

Eu estou tentando fazer as coisas darem certo em Pedra Rachada, mas os resultados tem sido efêmeros. A cidade tem pouco e o pouco que existe lá ainda tem gente de olho... reunir forças e fazer o lugarejo das certo é complicado. É um buraco esquecido no chão no meio do deserto, mas é o meu buraco e, se um dia tudo der certo, no meu deserto. A próxima prioridade é conseguir levar pra lá alguns materiais de construção e talvez um pouco de mão de obra qualificada pra colocar as casas em ordem, dar um pouco mais de dignidade pro local e consertar algumas das casas para abrir espaço.

Depois do último tiroteio meu avô me perguntou se eu tinha interesse de me mudar de lá e isso mexeu comigo. Os contratos também tem mexido comigo, eu tenho me visto cada dia menos compassivo. Eu tinha me pegado pensando que ser um monstro nessa linha de trabalho é uma questão de tempo... mas se é inevitável, a próxima pergunta me parece ser "que tipo de monstro eu vou me tornar"?

11. Describe a typical morning. How do you get ready to face the world?

Link Answered after Contract 3, Selva de Pedra

Varia de dia pra dia. Em Pedra Rachada eu acordo, tomo café da manhã, enrolo com a família, boto a fofoca em dia e escuto a boataria da estalagem, passo o resto da manhã com Susan na oficina e volto pra casa antes do almoço pra ouvir o Velho Harris resmungando ou contando história. Às vezes uma corrida ou ajudar um vizinho, nada excêntrico. Em MC1 é outra história.

Em MC1 eu estou a trabalho, então a manhã típica começa na noite anterior: planejar os trabalhos, revisar os itens e condições do veículo em que eu for trabalhar, dormir cedo e madrugar pra tocar a carga. Normalmente eu tento conciliar uma carga legítima com uma ilegítima, quando dá, e maximizar o lucro por viagem. Antes de guiar eu faço um café da manhã reforçado, limpo e lubrifico as armas, tomo um banho e ligo a rádio para conversar com outros caminhoneiros e ficar de olho na frequência da polícia.

12. If you were going somewhere special that you wanted to look your best for, what would you do to prepare? What would you wear? How long would it take you to get ready?

Link Answered after Contract 5, Escatologia

Depende do lugar, não? O hábito pode fazer o monge, mas se não estamos indo a uma igreja faz pouco sentido. Ser um monge convincente numa corrida ilegal de rua é impróprio, pra não dizer que eu não gosto de monges, de maneira geral. Se eu vou para um lugar e quero me vestir bem significa que eu estou tentando impressionar. Isso reduz drasticamente o número de pessoas alvo. Se eu estiver tendo impressionar Susan, roupa de corrida e horas de preparação no carro, acertando tudo nos últimos detalhes. Se eu estiver tentando impressionar Jonna, qualquer coisa que cubra a maior parte das minhas tatuagens e o cabelo penteado direito, perfume suave e voz mansa - tem que caprichar no visual de bom moço. Se eu estiver tantando impressionar o velho Harris tem que ser camisa branca, calça preta e coldres à vista.

Par romântico a gente veste o que for impressionar mais aquela pessoa em particular.

13. What will you do for your next birthday?

Link Answered after Contract 5, Escatologia

Se tudo der certo e ninguém fizer cagada, devo reunir as pessoas da cidade e fazer um churrasco para todos. Faz tempo, inclusive, que não tem condições de fazer uma festa para todos, comes e bebes liberados, forró completo e coisa e tal. Eu preferiria se Jonna não tivesse que cozinhar tudo, como é o costume... se o dinheiro der eu vou ver se arrumo mãos hábeis e deixo o povo da cidade só por conta de comer e sorrir pra foto. Se pá eu arrumo um pula-pula ou outra coisa pra distrair criança e termino o dia fazendo uma fogueira no entardecer, uns 3 bêbados cantando alguma coisa de péssimo gosto no violão e eu ensinando alguma criança a atirar em garrafas vazias. É meio um sonho, mas sonhar não paga imposto, né?

14. What is your greatest regret?

Link Answered after Contract 5, Escatologia

Eu não tenho muitos arrependimentos, mas eu queria, especialmente nos últimos contratos, não ter matado tanta gente. Não ceder tão facilmente à violência, ser mais diplomático... existe uma razão pela qual eu converso bem e é porque eu preferia, no passado, não ter que recorrer a violência para resolver meus problemas. Eu sinto que eu tenho cada vez mais confiado nos meus poderes e no meu grupo para não fazer o trabalho difícil de consertar pontes e criar relacionamentos. Eu tento viver uma vida sem arrependimentos e sem potencial deixado para trás, mas a verdade é que eu gostaria, se pudesse, de viver uma vida mais simples, mais cercada de dias felizes... mas isso é todo mundo, creio. Talvez a essência de ser adulto seja uma constante administração de emergências e amarguras com um eventual lampejo de sol aqui e acolá, só pra não te tirar de vez a esperança.

15. What is the nature of your Gifts? Are they inherent potential? Do harbingers just grant your wishes?

Link Answered after Contract 5, Escatologia

Meus dons parecem ser ramificações da minha natureza interior. Ao me concentrar nas moedas, pedaços da minha história, da minha experiência se manifestam no meu corpo e mente... como se minha existência estivesse sendo empoderada e revelada a cada moeda. É como se eu fosse um vaso cheio das minhas experiências, capacidades, desejos e medos e agora eu fosse um vaso cada vez maior, cheio das mesmas coisas. Eu sempre fui carismático, mas agora minhas palavras carregam um peso sobrenatural. Eu sempre fui um filho do sol e do deserto escaldante, sempre me tornei forte, ágil e atento através do exercício diário e da diligência do sobrevivente, e agora meu corpo muda para se integrar cada vez mais a essa realidade. Eu sou o Moz, mas agora sou mais de mim. As moedas se revelam para mim em sonhos, geralmente como forma de problemas que eu preciso resolver ou questões que eu preciso conciliar, mas quando eu desperto com um novo poder, eu sinto que sempre os tive.

16. How do you feel about spirituality? Are you religious? What do you believe?

Link Answered after Contract 6, É hora da festa

Religioso? Não. Espiritual? Talvez. Eu sou supersticioso. Eu acredito que o mundo é tudo que existe, mas também acredito que a gente sabe muito pouco, quase nada sobre ele, e que quem diz que sabe está mentindo pra si mesmo tanto quanto o cara que diz que não sabe, mas está em boa conta com uma entidade que sabe e que está disposto a te colocar no esquema se você tiver dinheiro ou uma virgindade anal sobrando. Eu me dou o direito de ficar maravilhado com tudo e de achar a natureza um espetáculo místico infindável e de mistério contínuo enquanto me permito ser cético, especialmente do conhecimento e da motivação de gente. Eu adoro gente, mas tem hora e lugar, sabe? Tem pouca coisa mais desagradável que encontrar gente cheia das respostas quando você não está procurando por nenhuma resposta em particular; como se fosse um spoiler da vida real.

17. How do the events of the Contracts conflict with your worldview? How do you react when everything you thought was true is put in doubt?

Link Answered after Contract 6, É hora da festa

Nada nos contratos em si vai em conflito direto contra a minha visão de mundo. Dito isso existem conflitos associados aos interesses dos atores: minha visão de mundo é muito naturalista, mas existem organizações religiosas que influem no mundo e são capazes de ceder moedas de presente, por exemplo. Não dá pra ter grandes convicções na natureza real do mundo nessa linha de trabalho: o segredo é entender cedo que sua única esperança de influência no mundo é escolher um ramo limitado de atuação e fazer o seu melhor pra criar flores só naquele jardim. Se nada mais, o mundo dos contratos inspira humildade, já que ele permite que pessoas comuns se tornem semi-deuses que, na fila do pão, ainda são capazes de fazer porra nenhuma. O poder e a atração dos contratos são exercícios de autocomedimento e de restrição. De muitas formas, existe um elemento de fé na busca pelas moedas, a crença de que existe uma quantidade X de poder lá fora que, se alcançada, te permitiria fazer isso ou aquilo: e isso pode não ser verdade.

18. Give a brief description of the other Contractors you see often. What do you like or dislike about them?

Link Answered after Contract 7, Birthright
  • Error1: [IX - O Eremita] Para quem o elogia é fácil pensar no Error1 como um gênio e um prodígio. Pra quem não gosta dele, é possível pensar nele como um excêntrico, paranóico e misantropo. A verdade é que Error1 é uma pessoa solitária e um grande número das decisões dele e das habilidades desenvolvidas e de suas tendências são de um jovem que cresceu cedo, sozinho e a quem a inteligência, a misantropia e a paranóia serviram muito bem. A excentricidade nada mais é que a consequência mecânica do resto. O jeito certo de compreender o Error1, me parece, é tentar entendê-lo como alguém que não pode fazer nada por você - tendo plena consciência que ele pode - e deixar que ele decida se e como e quando e qual é a maneira de se aproximar. Existe uma sabedoria e um método na forma como ele faz as coisas e confiar no mistério funciona melhor que tentar revelá-lo.

  • Butcher:  [XI - A Justiça] Butcher é uma montanha ambulante de músculos por fora, um ser de força de vontade e comprometimento se você se aprofundar um pouco mais, mas no fundo no fundo o que ele tem é um "coração perpétuamente partido", pra citar o Velho Harris. Essa cidade faz isso com as pessoas. Butcher e eu nos parecemos muito mais do que ele gostaria de admitir, porque eu também sofro do mesmo mal - o que ele faz é tão ilegal quanto o que eu faço, nós dois temos sensos de justiça completamente pessoais, mas é inegável que ele é uma pessoa melhor que eu. Ele me despreza, mas não pela minha classe social ou pela cor da minha pele e sim pelas decisões que eu tomo e pelo conteúdo do meu caráter, o que é uma lufada de ar fresco na minha vida. Eu não preciso que ele goste de mim para eu gostar dele e o achar um membro importante do nosso time.

  • Ravi:  [XII - O Enforcado] Eu não sei sobre Ravi o suficiente par ter um parecer muito profundo sobre ele, mas alguns pontos são óbvios: ele claramente abriu mão de muita coisa pra estar onde está. Com as habilidades dele o provável é que ele estivesse muito mais alto, mas parece que ele já esteve lá e não gostou. Além disso, assim como Butcher, as ações dele parecem ser movidas por altruísmo e um desejo sincero de novas perspectivas.

  • Zapata:  [XVII - A Estrela] Quando um bom homem, de bom coração e de bom tino descobre que sua mulher foi infiel, ele raramente pensa que ela é infiel porque é uma vaca incapaz de honra e que o único caminho racional é o divórcio (subsequente refúgio no alcoolismo sendo opcional, mas recomendado). O bom homem tenta, ele reza e se culpa e procura consertar coisas nele mesmo, como se a culpa da indiscrição do outro fosse, de alguma forma, uma falha de si. É simultaneamente de uma humildade e de uma arrogância ímpares. Essa dinâmica, em termos eróticos bastante resumidos, é a relação de Carlos Zapata com a humanidade. A humanidade claramente não o merece, mas ele tenta mesmo assim e vê-lo de fora gera uma sensação de admiração e de pena, proporcionais à força de vontade que ele empenha em não assinar os papéis e tentar, amor, só mais uma vez pela milésima vez. Zapata é uma pessoa boa o suficiente pra que isso seja uma falha de caráter, eu acho raro e bonito.

  • Calliban:  [XX - O Julgamento] Calliban é um grande amigo - e nossas histórias são diferentes na forma e conteúdo, mas de alguma forma deixaram para trás lições muito semelhantes. Ele também é um membro do time do "coração perpétuamente partido". De todos nós, talvez o único que tenha a chance de renascer e de deixar parte do lixo para trás. Ele é muito forte, mas não como mercenário e sim como um sujeito que vida maltratou mas que não se permitiu morrer ou ser feito de gato e sapato: algo no Calliban me dá a idéia de que ele se culpa por algum mal feito, real ou imaginário, do qual ele precisa se redimir, mas assim como eu sente que a mercadoria estragada já passou do ponto. Eu gostaria muito que um dia ele chegasse na parada final do ônibus, no ponto de descanso e de descida, de preferência vivo.

19. Describe the perfect room.

Link Answered after Contract 7, Birthright

O nômade confesso talvez não seja o melhor sujeito a quem perguntar pelas propriedades ideais de um cômodo: o melhor cômodo na maior parte das vezes é ou cômodo nenhum ou varia *muito* de situação para situação e de acordo com o humor de cada qual. Dito isso, pra não me esquivar da pergunta, o cômodo perfeito de 100% das pessoas do mundo vai ser, em algum momento, um banheiro perfeito: aquele banheiro recém limpo, que ainda tem a aura imaculada da equipe de limpeza recém saída, como uma igreja recém aberta onde o incensário queima linóleo e desinfetante líquido e o padre é um homem de meia idade com um traje azul marinho empurrando um carrinho cheio de instrumentos de limpeza e químicos hostis ao mundo. Todo branco, luz de tom frio, espelho recém polido onde dá pra ver até a cor e os contornos da alma do sujeito - o banheiro da rodoviária do céu.